sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Roteiros Ribatejanos
Imagem:A.Anacleto
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Aldeia do Arripiado
É uma povoação de grande beleza, edificada em declive que desce até ao Tejo, tendo vista panorâmica sobre o Castelo de Almourol e a imensidão da Lezíria
Pertence à Freguesia da Carregueira a norte do concelho da Chamusca, junto à margem sul do Rio Tejo. À beira-rio estão localizados separadamente, dois Cais Fluviais: O Cais Militar, que deve o seu nome ao habitual uso militar (entre os quais, o Campo Militar de Santa Margarida); e ainda o Cais de S. Marcos, local onde existiu uma capela com o mesmo nome. Neste último existe ainda uma Barca de Passagem, ligando o Arripiado à vizinha Aldeia de Tancos na outra margem do Tejo.
Numa visita à aldeia recomenda-se uma visita ao Miradouro do Almourol, neste local pode observar uma escultura exposta de João Cutileiro - "O Guerreiro", e desfrutar da harmonia da paisagem ribeirinha, na qual o sublime Rio Tejo banha o antigo Castelo de Almourol. Não perca também no roteiro uma visita aos Miradouros do Alto Pina e do Cabeço de Espanha. Ao percorrermos o Passeio Ribeirinho e o Espaço Verde Ribeirinho, podemos admirar maravilhosas paisagens sobre a bela Lezíria. Pode-se admirar também vários aldeamentos vizinhos, que se orlam na outra margem do rio.
Na Praça da Barca, pode encontrar expostas esculturas de José Coelho: "A Barca", uma evocação ao Arripiado aldeia do Tejo; e os "Peixes", homenagem a todos os pescadores da aldeia. Não deixe de reparar numa bela e antiga âncora, que foi encontrada enterrada nas arreias do rio Tejo, mais abaixo, perto da ponte da Chamusca. É neste local que se realiza anualmente a Festa do Rio e das Aldeias. Continuando o roteiro seguimos rumo até ao Dique Pequeno, local dotado de pesqueiros, parque de merendas e auditório ao ar livre junto ao rio. Com a harmonia e a beleza do Tejo, descubra momentos únicos de silêncio e de lazer, num espaço marcado pela natureza verdejante. Certamente não vai deixar de visitar e desfrutar destes e muitos outros locais de interesse, numa das mais bonitas aldeias ribeirinhas de Portugal.
Pode visitar também a Igreja de S. Marcos, cuja edificação remonta aos finais da década de 50, tendo suas obras sido bastante acelaradas para a sua época. No entanto, estiveram envoltas de algumas histórias bastante curiosas...
Antigamente existia na parte ribeirinha da aldeia uma Capela (S. Marcos), que devido às suas reduzidas dimensões e à sua localização junto ao Rio Tejo, era sujeita a constantes estragos causados pelas cheias de inverno... Por estes motivos, a capela teve de ser demolida... Imediatamente, foi criada uma comissão local, para a construção da actual igreja, tendo também S. Marcos como padroeiro. O sítio da edificação do novo templo, passou desde logo a ser um local privilegiado de visita...
A fachada da igreja foi transladada de Santa Apolónia em Lisboa!
Quando surgiu o imperativo logístico de alargar a estação de Comboios de Santa Apolónia em Lisboa, por motivos de segurança, houve necessidade de deitar também abaixo uma igreja (Santa Apolónia), que ficava situada nas suas imediações...
Ao tomar conhecimento desta situação, o Dr. Ruy Sommer D'Andrade (dono da Quinta do Arripiado), sendo amigo pessoal do Cardeal Patriarca de Lisboa, pediu que a fachada da igreja fosse poupada. Sendo assim "apeada", para que em nova igreja na sua aldeia natal, fosse novamente reconstruída.
O pedido foi prontamente satisfeito e, a fachada foi então doada pelo Patriarcado de Lisboa à Comissão de construção da nova igreja, no ano de 1958. Assim, depois devidamente desmanteladas e catalogadas, as cantarias da fachada, foram transportadas de Lisboa até Tancos por comboio, de Tancos ao Arripiado de barco e, do Cais de S. Marcos no Arripiado, até ao local da edificação em carros de bois da Casa Sommer. Finalmente, e após inolvidável esforço, o "puzzle gigante" de tão bela obra, chegou a bom-porto, e desta forma ao seu novo local de culto.
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Elementos consultados no site oficial da C.M da Chamusca