quinta-feira, 24 de abril de 2008

Narrativas da Minha Aldeia



“A Educação”

O analfabetismo era predominante nas aldeias até à década de cinquenta. Louriceira integrava-se também nesse princípio.
As poucas pessoas que não eram analfabetas, pertenciam quase na generalidade às famílias Abastadas.
Louriceira passou a ter escola primária a partir da década de quarenta.
A maioria dos filhos das gentes pobres ou muito pobres, não frequentavam a escola. Em vez de se afastarem do analfabetismo, iam trabalhar nos campos para ajudar a família com a uma mísera jorna. Havia a mentalidade nas gentes daquelas épocas, que estudar não era necessário! O importante era ter dois braços para trabalhar! Os que não iam trabalhar para os campos, os pais estipulavam tarefas caseiras, tais como, guardar gado, buscar água para a casa, carregar lenha para a lareira e ainda cuidar dos irmãos mais novos. Era o crescer para o analfabetismo!
Os que iam para a escola, também tinham outros tormentos. Em muitas situações, o ensino era ministrado com pancada física. A vara e a régua, fazia parte dos instrumentos da escola. O puxar as orelhas também era comum naquelas épocas.
Obviamente, estes métodos de ensino, originavam medo nas mentes das crianças. Muitas por esse motivo abandonavam a escola.
O grau escolar ia até à quarta classe. Vários alunos não aguentavam a pressão, e acabavam apenas no 3º grau (terceira classe).
Quase sempre, os filhos dos mais Abastados, tinham um tratamento mais brando por parte das professoras ou professores! Era o respeito, e talvez o medo pelo poder, que estas famílias exerciam na comunidade.
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A. Anacleto