sábado, 12 de abril de 2008

Louriceira - Recordando as Festas!...

Em 1988, o verão festeiro em Louriceira,foi assim:
Dias 5, 6, 7, 8 e 9 de Agosto

•O primeiro dia das festas deste ano, Sexta-feira, iniciou-se com uma salva de morteiros ao fim da tarde. Á noite houve luar de prata com a interpretação do grupo musical “FH5” que viajou da cidade dos Templários para animar a juventude louriceirense e arredores, enquanto os mais idosos saboreavam o petisco no bar do arraial.
•No dia seguinte, Sábado, a alvorada foi “cedinho” para não se perder tempo com a azáfama que ia ser longa até madrugada. Assim, a Filarmónica 1º de Dezembro da Azinhaga do Ribatejo chegou à aldeia pela manhã, que saudou os festeiros e acompanhou no içar da bandeira. Depois do peditório à população, houve o almoço para armazenar algumas energias para a tarefa da tarde. Cerca das quinze horas iniciou-se a missa solene, seguindo-se a habitual procissão pelas ruas principais da freguesia. Após a chegada da procissão à igreja, iniciou-se o movimento da quermesse, aliás muito bem recheada de prendas, algumas meninas iam vendendo flores e alguns festeiros procediam a mais um peditório desta vez aos forasteiros que nos visitavam. A inspiração do leiloeiro era enorme no leilão das fogaças. O fogueteiro não parava com a azáfama do lançamento dos foguetes, a banda de vez em quando lá ia tocando uma “marchinha ou um paso doble” para animar o povo. A noite aproximava-se, e os técnicos privativos do conjunto “Ar & Vento” que viajou de Leiria para animar as gentes da terra e arredores, enquanto uns faziam um pé de dança outros saboreavam no bar os deliciosos petiscos regados com a boa pinga.
•No Domingo lá partiram os festeiros cedo para o lugar do Carvalheiro para procederem ao peditório naquele lugar, enquanto na Louriceira havia mais foguetório para anunciar mais um dia de festa. A tarde deste terceiro dia de festa foi de qualidade. Houve palhaços para os mais pequenos, João Esteves expôs a sua obra de pintura na sua terra natal, e o folclore marcou presença com a exibição do Rancho Folclórico da Azinhaga do Ribatejo. Se a tarde foi enorme em termos de qualidade de espectáculos a noite não escureceu, o conjunto “Hob Nob” entusiasmou novos e menos novos ao realizarem um belíssimo concerto musical animando o baile naquela noite de estrelas. Quando JOSÉ MALHOA subiu ao palco com a sua filha ANA MALHOA, o arraial ficou ao rubro com a exibição daqueles artistas de renome internacional. A alegria marcava presença no bar e no restaurante.
•Na Segunda-feira, os louriceirenses após dormirem poucas horas, mais uma vez acordaram ao som dos foguetes lançados do ponto mais alto do lugar. Durante a tarde enquanto se leiloavam diversas prendas algumas delas de elevado valor, procedia-se aos Jogos Tradicionais (Corrida de Sacos, Matança do Galo e Jogo do Burro), enquanto outros participavam com entusiasmo no Torneio de Tiro ao Alvo. A noite teve luminosidade com o grande concerto do conjunto “Arte & Manhas” que veio de Queluz para brilharem em terras do Ribatejo. O fado também marcou presença nesta noite, enquanto os espectadores bebiam o copo de tinto e saboreavam o chouriço assado, MARIA ADELAIDE, EMÍLIO SERRA e JOSÉ ALBANO acompanhados pelo guitarrista Raimundo e pelo viola Velez cantavam primorosamente que até os pássaros nocturnos vieram pousar na torre da igreja.
•Terça-feira, último dia de festa deste ano. O povo quando acordou já sentia nostalgia, pensando que seria o último dia de festas. Durante a tarde marcou presença no adro o Jogo do Chinquilho, enquanto lá pelas bandas da guarita, no campo da Pedrinha os “artistas da bola”, casados e solteiros iam convivendo no jogo de futebol. Após o jogo, foi outra confraternização no bar do arraial com o jantar de convívio, enquanto o conjunto Mindense “Top Less” tocava no último baile da festa popular.
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in "memórias das festas" - A. Anacleto