segunda-feira, 21 de abril de 2008

Narrativas da Minha Aldeia!..

“A Alimentação das Famílias”

Em épocas de outrora, mais concretamente até finais da década de cinquenta, a alimentação das gentes louriceirenses, era feita à base de produtos criados na terra, como a fava, a ervilha, o feijão, o grão, o chícharo, a couve, a batatas e outros legumes.
Os mais abastados ou menos pobres, acompanhavam com arroz, massa e alguma carne.
A primeira refeição do dia, era feita à base destes alimentos.
Os mais abastados, tinham uma alimentação mais avantajada, já que tinham possibilidades de criarem a galinha, o cabrito, o borrego e o porco, e possuíam as terras próprias agrícolas. Os pobres viviam praticamente da sopa de hortaliça cozida, regada com algum azeite e pão. Em algumas situações de pobreza, apenas comiam carne nos dias festivos do ano, como o Natal e a Páscoa. Os muito pobres, esses, por vezes, recorriam a apanha de caracóis e cardos para sobreviverem. Nos Invernos prolongados, era tormentoso para esta gente se alimentar. Recorriam muitas vezes à pesca no Rio Alviela, para se sustentarem.
Do Espinheiro, vinham uma ou duas vezes por semana, os “sardinheiros” (vendedores de peixe), com as canastas do peixe ao ombro. O peixe que estes homens vendiam, era o mais barato, tal como a sardinha, a chaputa ou o chicharro. Muitas famílias, nem sempre podiam comprar. Quando o faziam, e se a sardinha fosse grande, uma, teria que dar para duas ou três pessoas da família.
Os homens pobres, depois de comerem a sopa, pegavam num naco de pão com azeitonas e iam à taberna beber um copo de vinho, quando ainda possuíam alguns centavos!
Alguns antes do sol nascer, comiam uma “macheia” de figos secos e bebiam um cálice de aguardente. Diziam que aquecia o estômago e dava força para irem trabalhar nas fainas do campo.
Mesmo nas casas mais pobres, o vinho e a aguardente devia existir. Diziam, se um homem não bebesse um copo de vinho, e que não fosse ao Domingo à taberna, era considerado um fraco!
Hábitos, costumes e mentalidades de outras épocas!...
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A. Anacleto