quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sociedade

Ourém: Populares marcharam em protesto contra deslocalização de passagem agrícola
Cerca de 50 populares participaram hoje de manhã numa marcha de protesto, em Ourém, contra a deslocalização de uma passagem agrícola prevista na construção do IC9 entre Fátima e Alburitel.
Esta é a segunda ação de protesto - a primeira foi a 12 de Setembro - promovida pela Comissão de Residentes Louçãs-Pinheiro, que nos últimos dois meses já apresentou queixas ao Ministério Público e ao Provedor de Justiça.
"A Estradas de Portugal autoriza, a empresa que está fazer a obra apresentou a solução e a Câmara diz que paga metade [60 mil euros]. Esta marcha de protesto serve para pressionar as entidades competentes a tomarem uma decisão o mais rápido possível, antes que seja tarde de mais", sublinhou à Lusa esta manhã Paulo Santos Fonseca, um dos membros da comissão.
O projeto de execução do lanço Fátima/Ourém do IC9 previa uma passagem agrícola que ligaria Louçãs e Pinheiros, de forma a permitir a circulação pedonal, de automóveis e de veículos agrícolas.
A passagem foi entretanto afastada em cerca de dois quilómetros para o lugar de Casal dos Matos, o que mereceu críticas da Comissão de Residentes, alegando que tal irá destruir as relações de vizinhança e afetar a economia das duas comunidades rurais.
No início de agosto foi promovido um abaixo-assinado que reuniu mais de duas centenas de assinaturas contra uma situação que, a concretizar-se, alegam os manifestantes, irá pôr fim a três caminhos vizinhos que faziam a "ligação direta, curta e rápida" entre Louçãs e Pinheiros.
A passagem do IC9 pelo concelho de Ourém há muito que tem sido alvo de polémica e motivado protestos por parte da população, Câmara Municipal e de juntas de Freguesia.
A 20 de Julho, o vereador da Câmara de Ourém José Alho anunciou que o município ia interpor uma providência cautelar que visava suspender as obras de construção do troço do IC9, via que vai ligar Nazaré a Ponte de Sôr.
Na origem do diferendo estava a quantidade e localização das passagens das vias municipais, o que motivara já uma queixa no Ministério Público por parte da Junta de Freguesia de Gondemaria.
Entretanto a autarquia e o consórcio construtor voltaram a sentar-se à mesa de negociações e no início de Novembro anunciaram um acordo.
O acordo com o LOC deixa de fora a resolução de alguns conflitos, como os da travessia de linhas de água em Alburitel, o corte de acesso pedonal entre Louçãs e Pinheiro, bem como os acessos cortados em Pimenteira.
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