População de Montalvo vai protestar esta terça-feira pela falta de médicos
Com os objetivos de reclamar a manutenção do posto de saúde e protestar pela falta de médicos, a população de Montalvo, em Constância, anunciou a realização de uma vigília na terça-feira, junto à extensão de saúde da localidade.
Com cerca de 1.300 utentes e sem médico de família há dois anos, a extensão de saúde de Montalvo disponibiliza atendimento médico duas tardes por semana. Nos restantes dias os serviços médicos só podem ser obtidos no no Centro de Saúde de Abrantes, a 10 quilómetros de distância, uma situação que não agrada à população.
Em comunicado, a Câmara de Constância manifestou "profunda indignação" pelas condições da prestação dos cuidados na extensão de saúde, a que se soma o facto de também não haver neste equipamento, desde setembro, cuidados de enfermagem.
"Face a esta situação, os doentes têm de deslocar-se à sede do concelho para obter cuidados de enfermagem e a Abrantes para terem consulta médica de recurso", lê-se na nota.
Para a autarquia, "esta é uma situação insustentável que penaliza todos”, mas sobretudo os idosos e as famílias com maiores dificuldades financeiras.
"A falta de respostas concretas por parte das entidades ligadas ao Ministério da Saúde para suprimir as dificuldades sentidas pela população e a ameaça de não ser possível contratar ou renovar contratos de trabalho de médicos, enfermeiros e administrativos a partir de 31 de dezembro poderá levar ao encerramento da extensão de saúde de Montalvo", alega ainda a câmara.
De um plenário popular realizado naquela freguesia foi determinada a marcação de uma vigília para terça-feira, das 18:30 às 21:00, junto à extensão de saúde de Montalvo, sob o lema ‘Por serviços de enfermagem, contra o encerramento da extensão de saúde’.
Em declarações à agência Lusa, o diretor do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Zêzere, Fernando Siborro, disse "compreender" a posição da população e reafirmou que o acesso a médicos de clínica geral só é possível em Abrantes (com exceção das duas tardes), nas consultas de recurso.
"Não há médicos", frisou aquele responsável, acrescentando estar a "aguardar" por instruções "devido à falta de pessoal".
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