terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Economia

Investigador do IPT apresenta propostas para promover o desenvolvimento regional do Médio Tejo
A integração territorial do Médio Tejo, ao nível das várias instituições, é a melhor forma de aproveitar a crise para promover o desenvolvimento regional, afirmou hoje Luiz Oosterbeek, membro do Conselho de Filosofia e Ciências Humanas da Unesco. Luiz Oosterbeek, 51 anos, Pró-Presidente para as Relações Internacionais e a Cooperação do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), fez publicar num jornal da região uma carta aberta dirigida a todos os autarcas, empresários e instituições em geral, "desafiando-os" a acreditar no potencial do Médio Tejo e a aliarem as boas vontades a atitudes de concertação, "uma declaração de esperança e convicção". Em declarações à agência Lusa, Oosterbeek disse que se está a "subvalorizar o potencial do nosso País", tendo defendido a realização de um congresso para definir linhas de ação concretas para o futuro da região do Médio Tejo, que integra municípios como Tomar, Abrantes, Torres Novas, Mação, Constância, Sardoal ou Entroncamento. "É evidente que a situação não é positiva mas ela é muito melhor do que na esmagadora maioria dos países do mundo", afirmou, tendo defendido que a região do Médio Tejo continua a ter uma "quantidade impressionante de recursos" que permitiriam retomar a economia e concorrer no cenário internacional. A "desorientação geral, bem visível na nossa região, onde o Médio Tejo não tem conseguido articular uma resposta orgânica, unificada em torno dos seus principais ativos (IPT, núcleos empresariais e industriais, diversidade cultural que tarda em se articular em rede, potencial de internacionalização), é um indicador de que ainda não foi invertido o sentido da crise, ou seja, que ela ainda é encarada como "o mal", enquanto o verdadeiro erro, a desintegração territorial, permanece", observou. Segundo o catedrático, o ano que se avizinha "é um ano decisivo para muita coisa" e pode, por um lado, conduzir o Médio Tejo para ritmos bastante competitivos, como, por outro lado, corre o risco de empobrecimento acelerado, pela falta de oportunidades e fuga da juventude. "Numa crise, muito do que existe tende a desaparecer" afirmou, defendendo que territórios não centrais, como o Médio Tejo, têm aqui uma oportunidade excelente de afirmação, de protagonismo e de crescimento". Oosterbeek defendeu a "rápida" realização de um congresso e de um conselho regional que integre as câmaras municipais da região, o IPT, as principais empresas, lideranças individuais e organizações não governamentais, para "construir uma agenda de serviços mútuos e para fazer uma afirmação de governança e dinamismo que integre mais a região". Aquele responsável afirmou ser possível iniciar uma dinâmica processual que conduza à realização de um congresso regional ainda antes da cimeira Rio+20, agendada para meados do ano que vem. "Um congresso que sirva, não para lançar umas frases simpáticas sobre o futuro, mas para construir um plano de ação concreto", vincou.
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