sábado, 24 de janeiro de 2009

Tradições Populares...



Imagem: A. Anacleto
...................................
S. Vicente saiu à rua…

A freguesia de Louriceira, festejou hoje o S. Vicente. Esta acção religiosa está integrado no “Convívio de Beneficiência”, que está a decorrer este fim-de-semana no burgo louriceirense, em prol de uma actividade social. Após a missa celebrada esta tarde na Igreja Matriz, a procissão saiu à rua, percorrendo várias ruelas da freguesia, na qual se integrou parte da população e alguns forasteiros que vão mantendo a tradição de venerar o santo.
-----------------------------------
Freguesia de Louriceira
Louriceira é uma aldeia muito antiga, cujas origens remontam à Idade do Bronze, ou talvez ao período anterior. A sua Igreja Matriz, simples mas de inigualável beleza, classificada como Património Nacional, terá sido edificada em meados do século XII, o que prova ser terra antiga. Esta Igreja, de invocação da Nossa Senhora da Conceição, de tipo Manuelino e com um notável revestimento cerâmico, é o edifício com maior interesse histórico.
A freguesia tem uma curiosa implantação geográfica. Estende-se na direcção oeste/sudoeste, acompanhando grosseiramente o trajecto do Rio Alviela, desde os limites de Malhou e Vaqueiros até ao maciço de Porto de Mós, onde se localiza o lugar de Carvalheiro com os seus cem habitantes, sendo uma das mais pequenas freguesias do Concelho de Alcanena. Situam-se nesta freguesia os famosos Olhos de Água, onde nasce o Rio Alviela. Durante mais de cem anos aí foi captada a água para o abastecimento de grande parte da cidade de Lisboa, sendo transportada através de uma conduta que começou a ser construída em Dezembro de 1871 e se concluiu em 1880. Durante a década em que ocorreram os trabalhos, a Louriceira conheceu um grande desenvolvimento comercial devido à presença de grande quantidade de trabalhadores, necessários à realização de tão grandiosa obra. Os vários aquedutos existentes na freguesia, verdadeiras obras de arte e que constituem um interessante património arquitectónico e de arqueologia industrial, de que se salienta a Arcada do Vale, são o ex-líbris da freguesia da Louriceira.

História da origem de S. Vicente

A história da origem do nome de São Vicente começou há muito tempo, no ano 325, na cidade espanhola de Huesca, uma então Província de Saragoza. Lá nasceu o jovem Vicente, padre dedicado que se destacava por seu trabalho, tanto que o bispo de Saragoza, Valério, lhe confiou a missão de pregador cristão e doutrinador catequético. Valério e Vicente enfrentavam, naquela época, o imperador Diocleciano, que perseguia os cristãos na Espanha. Os dois acabaram sendo presos por um dos homens de confiança do imperador, Daciano, que baniu o bispo e condenou Vicente à tortura. O martírio sofrido por Vicente foi tão brutal, a ponto de surpreender os carrascos.
Eles relataram a impressionante resistência do rapaz que, mesmo com gravetos de ferro entre as unhas e colocado sobre uma grelha de ferro para ser queimado aos poucos, não negou a fé cristã.
Ao final daquele dia 22 de janeiro, os carrascos decidiram matar-lhe com garfos de ferro, dilacerando-o completamente.
Seu corpo foi jogado às aves de rapina. Os relatos dão conta de que uma delas, um corvo, espantava as outras aves, evitando a aproximação das demais. Os carrascos decidiram, então, jogá-lo ao mar.
O corpo de Vicente foi resgatado por cristãos, que o sepultaram em uma capela perto de Valência. Depois, seus restos mortais foram levados à Abadia de Castes, na França, onde foram registrados milagres. Em seguida, foram levados para Lisboa, na Catedral da Sé, onde estão até hoje. Vicente foi canonizado e recebeu o nome de São Vicente Mártir, hoje santo padroeiro de São Vicente e de Lisboa. Desde então, o dia 22 de janeiro é dedicado a ele. Por isso, quando a expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos chegou aqui, em 22 de janeiro de 1502, deu à ilha o nome de São Vicente, pois o local era conhecido, até então, como Ilha de Gohayó. Outro navegador português, Martim Afonso de Sousa, chegou aqui exatamente 30 anos depois, em 22 de janeiro de 1532. Ele foi enviado pela Coroa Portuguesa para constituir aqui a primeira Vila do Brasil e resolveu batizá-la reafirmando o nome do santo daquele dia, São Vicente, pois era reconhecidamente um católico fervoroso.
..................................
A.A.