Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos impedidos de fazerem pagamentos
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos continua sem poder fazer pagamentos, incluindo aos elementos da corporação, já que a Assembleia-Geral que se destinava a eleger um novo tesoureiro acabou com a convocação de eleições.
Marco da Raquel, presidente da mesa da Assembleia-Geral da AHBVSM, disse à agência Lusa que, perante a demissão dos órgãos sociais, na passada terça-feira, os pontos em agenda para a assembleia-geral marcada para a noite de sexta-feira ficaram sem efeito.
Para cumprir a lei, que obriga à publicação da convocatória das eleições num jornal local com oito dias de antecedência, a assembleia-geral eleitoral ficou marcada para o próximo dia 24, tendo Marco da Raquel desafiado os associados, sobretudo os que forçaram a demissão da direção, a apresentarem uma candidatura.
Lamentando não poder, legalmente, proceder de imediato à eleição e tomada de posse de novos órgãos sociais, Marco da Raquel frisou que a situação dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos “é muito complicada”.
Desde a demissão, e saída, do tesoureiro, em novembro, que a direção está impossibilitada, estatutariamente, de movimentar dinheiro, estando por pagar “pelo menos dois salários e certos complementos” aos bombeiros e em risco o abastecimento de combustível e mesmo o oxigénio para as ambulâncias, disse.
Segundo afirmou, foram analisadas várias possibilidades, nomeadamente a de constituição de uma comissão administrativa, mas, pedido um parecer jurídico, a direção entendeu que a forma mais rápida de resolver o problema seria a eleição de um novo tesoureiro.
A Assembleia-geral destinada a esse fim foi marcada para esta noite, mas a contestação de vários associados, que exigiram a queda da direção, levou a que nenhum dos pontos agendados, incluindo o que previa a alteração dos indigitados para assinatura de uma escritura com o Banco Espírito Santo, para reformulação da dívida da corporação, fosse discutido.
“Queremos rapidamente alguém que possa assinar cheques e o protocolo” com o banco para “pelo menos podermos pagar”, disse, referindo, em particular, a situação dos bombeiros, alguns dos quais já a depender da ajuda de familiares.
“É muito triste. Não esperava que chegássemos a esta situação”, disse.
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