sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Empresas

Administração da Tegael admite encarar soluções para viabilizar a empresa 
A administração da Tegael, maior empregador privado do concelho de Coruche, admitiu hoje “encarar soluções que viabilizem a empresa”, sem contudo avançar com “nada em concreto”, depois de ter anunciado, em janeiro, o encerramento ao longo de 2012. “Otimismo contido” foi o tom das declarações feitas no final de uma reunião que durou mais de três horas e que teve como participantes a administração da Tegael, o secretário-geral da UGT, o presidente da Câmara Municipal de Coruche e a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant). João Proença, secretário-geral da UGT, disse no final ter respondido a um apelo do presidente da Câmara, Dionísio Mendes, que se tem desdobrado em iniciativas para “dar visibilidade” e “sensibilizar” as várias partes no sentido de garantir que a empresa se mantenha no concelho. “Esta é uma empresa que tem alto valor tecnológico, tem trabalhadores altamente qualificados e em áreas extremamente importantes para o país – da alta e baixa tensão em termos de energia e também nas telecomunicações” – e que “interessa ao país manter”, afirmou João Proença. O secretário-geral da UGT afirmou que, na reunião de hoje, a administração da Tegael reconheceu que “há outras soluções para além do encerramento”. Recusando prestar declarações, os dois administradores que participaram na reunião, Ângelo Freitas e Nobre Castro, apenas admitiram que “há um caminho” a fazer e que o encontro foi positivo. Para João Proença, “é totalmente inaceitável que, no quadro da reestruturação de um grupo empresarial, se pense em fundir empresas e transferir trabalhadores para dezenas ou centenas de quilómetros de quilómetros e até, eventualmente, precarizando os vínculos laborais”. Dionísio Mendes frisou o facto de a Tegael ser uma empresa “de grande qualidade”, que se internacionalizou, ganhando concursos no Reino Unido, Angola, África do Sul, Marrocos, S. Tomé e Príncipe e Brasil, pelo que “é difícil entender que não possa ter viabilidade e futuro em Portugal”. Sublinhando que a autarquia “não vai desistir” no esforço de manter a empresa em laboração, garantindo os atuais 280 postos de trabalho, o autarca referiu o facto de dois dos dois principais clientes da Tegael, a REN e a EDP, terem sido recentemente parcialmente privatizadas, reforçando a capacidade de investimento, o que permite “um cenário um pouco mais otimista que há um mês”. Dionísio Mendes considerou positivo que a administração da Tegael tenha hoje mostrado “disponibilidade para encontrar soluções que viabilizem a empresa”, embora não tenha sido definido “nada em concreto”. A Tegael anunciou no passado dia 13 de janeiro a decisão de criar uma comissão para cessação da atividade ao longo de 2012, depois de, em dezembro, ter procedido a um despedimento coletivo de 70 trabalhadores, a que se juntaram posteriormente mais 20, alegando a quebra significativa de mercado.
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