quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Ambiente

Quercus denuncia destruição de azinheiras na freguesia da Sabacheira
A associação ambientalista Quercus denunciou publicamente o que define como a destruição de uma área de floresta mediterrânica, sobretudo de azinheiras, na freguesia da Sabacheira, concelho de Tomar, situação que o presidente da junta promete explicar na próxima semana. Em comunicado, a Quercus afirma que a área destruída, com cerca de dois hectares, se destina à extração não autorizada de pedra calcária para a construção de “um grande aterro” próximo de Ourém, no âmbito das obras do troço do IC9 entre a saída da A1 de Fátima e Albiturel (Ourém). A associação ambientalista afirma que contactou o consórcio responsável pela obra, LOC/Somague, tendo este afirmado que celebrou um protocolo de contrapartidas com a Junta de Freguesia da Sabacheira, proprietária do baldio da Serra da Seara, onde, segundo a Quercus, nos últimos dois meses, foram abatidas azinheiras protegidas sem autorização. Contactado hoje pela Agência Lusa, o presidente da Junta de Freguesia da Sabacheira, Fernando Graça, remeteu uma explicação para a próxima semana, considerando não ser oportuno pronunciar-se neste momento sobre esta situação. Segundo a Quercus, “registou-se o uso de giratórias e máquinas perfuradoras, sem no entanto existir qualquer licenciamento para escavar o relevo natural e extrair pedra calcária”, já que o licenciamento para remodelação do terreno foi requerido pela junta de freguesia à Câmara Municipal de Tomar no final de novembro, não estando a obra ainda licenciada. A Quercus considera “inaceitável” que o consórcio não retire a pedra necessária para a construção do IC9 nas pedreiras licenciadas que existem na região” e recorra a áreas que não foram expropriadas e que também não estão contempladas no projeto de execução. “A Quercus já alertou as entidades responsáveis pela fiscalização, nomeadamente o Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente da GNR, embora a obra continue a avançar no terreno”, afirma o comunicado. A associação sublinha que vem alertando para “as ilegalidades nas obras” deste troço do IC9 desde setembro de 2010, nomeadamente para “o abate de azinheiras protegidas sem autorização e a construção de um grande aterro junto da EN113 em Ourém, em Reserva Ecológica Nacional (REN) e Reserva Agrícola Nacional (RAN) em violação da Declaração de Impacte Ambiental”.
------------------------------------------------------------------------------