domingo, 26 de fevereiro de 2012

Economia

Falta de chuva inviabiliza culturas de cereais no Ribatejo 
A falta de chuva praticamente inviabilizou as culturas de cereais no Ribatejo e tem obrigado a um reforço da rega nas culturas de regadio de outono/inverno, com agravamento dos custos de produção, disseram à agência Lusa fontes de associações locais. Mário Antunes, da Agrotejo, União Agrícola do Norte do Vale do Tejo, disse à Lusa que a associação tem monitorizado o nível da água subterrânea na zona do campo (onde se fazem as culturas de regadio), que se encontra semelhante aos valores de maio de 2011. “Isto significa que não houve recargas”, disse, sublinhando que a água dos furos vai sendo suficiente para regar as culturas de outono/inverno, com consequências essencialmente ao nível do aumento dos custos de produção. Na zona da charneca, registam-se quebras na produção florestal e sobretudo nas pastagens para os animais, com um risco de incêndio acrescido, sublinhou. Já na zona do bairro, os cereais de sequeiro praticamente não se desenvolveram, havendo já agricultores a mobilizar estes terrenos, preparando-os para as culturas de primavera/verão, disse. Amândio de Freitas, da Federação de Agricultores do Distrito de Santarém, confirmou à Lusa que as culturas de cereais (trigo, aveia, cevada), embora não sendo predominantes entre os associados da FADS, estão dadas como perdidas, estando os agricultores “a virar” os terrenos, preparando-os para as culturas de primavera/verão. Nos hortícolas, a produção tem sido mantida graças ao reforço da rega, com reflexo na quantidade e qualidade, mas também no aumento dos custos de produção, frisou. Também os associados da Torriba, Associação de Produtores de Hortofrutícolas, se queixam do aumento dos custos energéticos provocados pela necessidade de estarem a regar, numa altura em que os campos deviam ter humidade suficiente proveniente da chuva. Gonçalo Escudeiro disse à Lusa que esta ausência prolongada de chuva é “completamente anormal”, havendo grande preocupação entre os produtores já que, além de terem de regar as culturas de inverno, têm também de regar os terrenos para os poderem preparar para as culturas de primavera. Mário Antunes adiantou que não estão ainda contabilizados os efeitos desta falta prolongada de chuva, havendo a expectativa de que possa chover de forma a recarregar os aquíferos e permitir o desenvolvimento das pastagens.
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