Adesão à greve no distrito supera os cinquenta por cento
A adesão à greve geral no distrito de Santarém situa-se, segundo os sindicatos, acima dos 50 por cento.
Rui Aldeano, coordenador da União dos Sindicatos de Santarém (USS), disse à agência Lusa que a adesão varia muito nas autarquias, sendo de 90 por cento em Alpiarça e 60 por cento em Santarém, que, afirmou, só não viu afetado o serviço de recolha de lixo porque recorreu a trabalhadores temporários.
A USS, afeta à Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), que convocou a greve geral de hoje, tem a informação de algumas escolas encerradas e de reduções substanciais na atividade de empresas, onde, “apesar de a adesão não ser significativa, as ausências ao trabalho de funcionários-chave afetaram a produção”.
Rui Aldeano referiu uma redução de 60 por cento da atividade na Mitsubishi, no Tramagal (Abrantes), a paralisação do turno da manhã da Unicer, em Santarém, e uma adesão de 60 por cento dos trabalhadores da Postejo (Cimentos), em Benavente.
Fonte da Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) disse à Lusa que, de acordo com as informações que possui, todas as empresas privadas estão a trabalhar.
Dados da Rodoviária do Tejo contestam igualmente os números da USS, que aponta para uma adesão à greve de 70 por cento dos trabalhadores da empresa.
Segundo a Rodoviária do Tejo, apenas 18 por cento dos trabalhadores paralisaram, tendo a adesão mais expressiva (47 por cento) sido registada na divisão operacional de Torres Novas.
Rui Aldeano referiu o encerramento de duas escolas no Entroncamento e o cancelamento de consultas externas no Hospital de Santarém.
O sindicalista acusou ainda a CP de pôr em causa a segurança dos passageiros ao recorrer a profissionais não maquinistas para assegurarem a circulação de composições, citando o caso de um comboio internacional que partiu na quarta-feira à noite da estação do Entroncamento sendo conduzido por “um fiscal”.
Segundo a USS, a adesão à greve na Empresa de Manutenção de Equipamentos Ferroviários, no Entroncamento, foi de 95 por cento.
Esta é a oitava greve geral convocada pela CGTP e visa protestar contra o agravamento da legislação laboral, o aumento do desemprego, o aumento do empobrecimento e as sucessivas medidas de austeridade.
Desta vez, a UGT não se junta ao protesto, ao contrário do que aconteceu na greve geral de 24 de novembro último. A central sindical liderada por João Proença assinou o acordo para a Competitividade, o Crescimento e o Emprego que está na origem da revisão da legislação laboral.
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