sexta-feira, 23 de março de 2012

Saúde

Auditoria ao Centro Hospitalar do Médio Tejo revelou gastos exagerados com serviços jurídicos
A auditoria em curso ao Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) revelou um gasto de 250.000 euros/ano com serviços jurídicos, um valor que fonte hospitalar disse à agência Lusa ser difícil confirmar. Segundo a fonte, a prestação do serviço não está descriminada, sendo por isso “difícil de controlar” os valores que considera “exagerados”, sobretudo tendo por referência o contrato feito pela atual administração. A fonte adiantou que a administração do CHMT decidiu avançar para uma segunda fase da auditoria por existirem “indícios” da existência de procedimentos menos corretos na contratualização de serviços externos. A atual administração do CHMT encontrou um défice acumulado de 160 milhões de euros, dos quais 60 milhões em dívida a fornecedores, tendo apresentado, em janeiro último, um plano de reorganização para conseguir controlar o défice num prazo de três anos. A realização da auditoria foi anunciada no mesmo dia em que o plano foi apresentado publicamente, tendo então o presidente do conselho de administração, Joaquim Esperancinha, admitido a possibilidade de remeter matéria de facto para o Ministério Público, para eventual apuramento criminal de responsabilidades. Entretanto, a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) pediu uma reunião “urgente” ao presidente do conselho de administração do CHMT para debater a prestação de serviços de urgência. Em comunicado, a CUSMT afirma terem chegado ao seu conhecimento “casos em que não está assegurado o acesso dos utentes em tempo útil e com qualidade”, apesar dessa ter sido uma das situações alegadamente acauteladas no processo e reorganização do serviço de urgências do CHMT. “Infelizmente, os casos que nos têm sido relatados, alguns com desfecho dramático, provam que os doentes e familiares estão a ser sujeitos a sofrimentos que poderiam ser evitados”, afirma a CUSMT. Contudo, Joaquim Esperancinha disse à Lusa que, tirando a situação de “pico” na procura das urgências registada em todo o país, que foi sentida de forma “anómala e pontual” no Hospital de Abrantes, “não há congestionamento” nas urgências do centro hospitalar. O CHMT integra os hospitais de Torres Novas, Tomar e Abrantes, tendo concluído no passado dia 01 um processo de reorganização que passou, nomeadamente, pela concentração das urgências médico-cirúrgicas em Abrantes, ficando as outras duas unidades apenas com urgências básicas, apoiadas por viaturas de Suporte Imediato de Vida. Em constituição está o Conselho Consultivo do CHMT, que vai ser presidido pelo médico cardiologista João Queirós e Mello, tendo os utentes designado já os seus representantes, Manuel José Soares e José Rainha.
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