segunda-feira, 5 de março de 2012

Autarquias

Concelhia de Santarém do PS diz que dívida da autarquia scalabitana é superior a 100 milhões de euros 
A concelhia socialista de Santarém defendeu hoje o saneamento financeiro do município, estimando que a dívida da autarquia escalabitana seja, neste momento, “muito superior a 100 milhões de euros”. Em conferência de imprensa, o líder da concelhia socialista de Santarém, Carlos Segundo Nestal, disse esperar que a maioria PSD avance com o pedido de saneamento financeiro, admitindo que, se tal não acontecer, seja o PS a avançar com a proposta. Para o líder da concelhia socialista, a ida de Santarém para uma situação de saneamento financeiro “nada terá a ver com a lei dos compromissos”, como admitiu recentemente o presidente da autarquia, Francisco Moita Flores. “É simplesmente má gestão do PSD desde 2005”, afirmou, referindo que, de acordo com o Anuário Financeiro dos Municípios relativo a 2010, o município de Santarém está “muito pior que se imaginava”, pois está “quase vermelho” em todos os itens e no “top 10” dos piores desempenhos. Segundo disse, Santarém é o sexto município a nível nacional com menor liquidez, tendo passado de 13 milhões de euros negativos em 2006 para 37 milhões negativos em 2010. Em relação à dívida, Carlos Nestal afirmou que aos 99 milhões de dívida assumida, com a incorporação do valor a pagar pela antiga Escola Prática de Cavalaria, há que acrescentar a dívida a muitos fornecedores que não emitiram fatura para não terem que suportar o IVA. “Daí que é muito difícil saber o valor real da dívida, mas aponta-se para os 120 milhões de euros”, disse, numa conferência de imprensa que contou com a presença dos ex vereadores e atuais deputados municipais socialistas Idália Serrão e Manuel Afonso. Os socialistas aproveitaram ainda a conferência de imprensa para pedir a demissão da administradora delegada da empresa municipal Águas de Santarém, acusando-a de “erros de gestão”. Como exemplos apontaram o facto de os piquetes não funcionarem quando existem ruturas na rede, com consecutivos custos e desperdício de água, de os escalabitanos pagarem a água “30 por cento mais cara” que os munícipes que estão abrangidos pela empresa intermunicipal Águas do Ribatejo e de terem de suportar custos de ligação ao sistema de saneamento que estes não pagam. “Está a mais e devia ser substituída, dando lugar a uma nova administração que tenha em atenção as pessoas”, disse Manuel Afonso, sublinhando que os extintos Serviços Municipalizados tinham uma gestão “eficiente”, tendo mais de 2 milhões de euros no banco num período em que se fez “muita obra”. Carlos Nestal desafiou Moita Flores a voltar a submeter-se ao eleitorado “em Santarém e não em Oeiras” e a cumprir o mandato até ao fim. “Esperamos que cumpra o mandato até ao fim. Que se sujeite ao sufrágio em Santarém e não em Oeiras ou em qualquer outro sítio, para poder ser avaliado pelos eleitores”, afirmou.
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