Presidente do Centro Hospitalar Médio Tejo admite que reestruturação pode levar a despedimentos
O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), Joaquim Esperancinha, admitiu hoje que a reestruturação em curso daquela unidade pode culminar em despedimentos de funcionários se as dificuldades financeiras se mantiverem.
“Se o conselho de administração tiver capacidade para inverter a tendência de resultados, seguramente não haverá despedimentos”, disse o presidente. Logo de seguida, frisou que, “se esta situação se mantiver, nenhuma instituição pode continuar com esta trajetória de resultados”.
Joaquim Esperancinha falava na comissão parlamentar de Saúde, onde esteve hoje a pedido do Bloco de Esquerda para discutir o plano de reorganização do CHMT, que agrupa os hospitais de Torres Novas, Abrantes e Tomar.
Aos deputados, o presidente do conselho de administração começou por descrever a atual situação do centro hospitalar, indicando que tem um défice acumulado de 160 milhões de euros, dos quais 60 milhões são de dívidas a fornecedores.
O responsável disse ainda que, em 2011, o CHMT teve custos na ordem dos 103 milhões de euros e anunciou que, em 2013, pretende diminuir esse valor em 17 milhões de euros.
Para tentar controlar o défice em valores entre os três e os cinco milhões de euros, Joaquim Esperancinha disse ser necessário ter três anos para trabalhar.
“Em três anos, o conselho de administração tem consciência de que pode controlar o défice”, afirmou.
Questionado sobre a atuação da anterior administração do centro hospitalar, Joaquim Esperancinha descreveu-a como sendo de “imobilismo”.
“Foi o que senti”, disse aos deputados, acrescentando ter detetado situações que lhe pareceram menos claras e que levaram a que pedisse uma auditoria externa à gestão anterior, que ainda não está concluída.
Consciente de que a distribuição do centro hospitalar por três unidades de saúde que distam de 30 quilómetros entre si pode ser um entrave para alguns utentes, o presidente do conselho de administração anunciou que o CHMT fez um protocolo com uma transportadora local.
“O serviço começou na segunda-feira. Os autocarros vão percorrer os três hospitais [Torres Novas, Tomar e Abrantes] três vezes por dia em cada sentido”, disse.
Segundo o responsável, há 20 lugares gratuitos para os utentes e para os restantes está a ser negociado um valor simbólico.
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