domingo, 23 de março de 2008

Tradições Populares



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"Ti Belmira com o Marido"
Não tiveram filhos, mas amavam as crianças!...
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"QUEBRANTO"
Quando um indivíduo tem, repentinamente, fortes dores de cabeça, boceja frequentemente, sente um mal-estar geral do organismo e uma moleza interior, atribui-se, nas nossas aldeias, muitas vezes, ao “mau-olhado”.
Estamos então na presença do “Quebranto”.
Nestes casos, costumam as pessoas dizer, que nenhum médico o curará, que só certas mulheres têm poder de tirar o “Quebranto”.
Na Louriceira à cerca de meia dúzia mas é, normalmente, à senhora Belmira que muita gente aflita recorre. Ela, que também endireita a espinhela, tem outras virtudes e sabe rezar o responso de Santo António.
Neste caso de “Quebranto”, a senhora Belmira coloca em frente do paciente um prato com água, onde deita três pingos de azeite e enceta a oração:
- Fulano (cita o nome do paciente) tem “quebranto”. Dois lho deram, dois lho tiraram. Pai e Espírito Santo.
Segue-se um Padre Nosso e uma Avé-Maria e repete a ladainha nove vezes. E continua:
- Em louvor do Santíssimo Sacramento o mal vai para fora e o bem para dentro.
- Todo o mal vá para o fundo do mar e o bem venha para casa de (cita o nome do doente). Os anjos do céu digam comigo “ámen, ámen, ámen”.
Toda a ladainha é repetida durante nove dias seguidos, ao que se segue a cura do paciente, ao mesmo tempo que se vão espalhando as três gotas de azeite que estavam no prato com água.
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in "Nossa Terra, Nossa Gente" - José da Luz Saramago
Publicado no Jornal "O Alviela" em 08.07.1990
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A. Anacleto