sexta-feira, 28 de março de 2008

Louriceira - Recordando as Festas!...

No verão de 1987, as Festas no burgo Louriceirense foram assim:
Dias 7, 8, 9, 10 e 11 de Agosto

- Sexta – feira, primeiro dia de festa, ao fim da tarde a população jubilou quando ouviu o som dos morteiros a anunciar mais uma festa na sua terra. Não se fez esperar pela abertura da quermesse e do bar, alguns acorreram ao arraial para tomar a primeira bebida, o tempo quente convidava para tal. Também não resistiram sem comprar a primeira rifa na quermesse. A noite chegou, e a primeira dança foi ao som dos acordes do conjunto “Nova – Mente” contratado para a animação nocturna deste primeiro dia de festa.
- No Sábado, como costume, não faltou a alvorada pela penumbra da manhã. Chegou a Banda Filarmónica de Alcanede, que após as boas vindas aos festeiros, não perderam tempo para acompanhar o içar da bandeira e iniciar o peditório com saudação à população, com belos acordes musicais enquanto o fogueteiro ia lançando um ou outro foguete. Ao início da tarde, as pessoas mais religiosas concentravam-se na igreja, para dar os últimos retoques nos andores que transportariam as imagens religiosas pelas ruas da freguesia durante a procissão. Depois da habitual missa solene iniciou-se a procissão. Após o termo dos actos religiosos, não se fez esperar para o início do arraial, as meninas festeiras corriam para a quermesse para iniciar a venda das rifas e das flores. A Filarmónica tocou a primeira música do concerto da tarde. O leiloeiro preparava a voz para iniciar o leilão das vistosas fogaças. As fogaceiras, com os seus vestidos novos, não se cansavam de as olhar porque foram ornamentadas e oferecidas com carinho e primor. Ao fim da tarde iniciava-se o jantar na esplanada do arraial para muitas pessoas da aldeia e forasteiros. Enquanto jantavam e bebiam calmamente, escutavam os primeiros temas musicais executados pelo conjunto “Sigma” que viajou de Alhandra.
- No dia seguinte, – Domingo, mais uma vez as gentes da terra deram uma volta no seu reduto de descanso, quando os foguetes foram lançados mais uma vez do alto do moinho de vento anunciando a alvorada do dia. Á tarde, houve muito movimento na quermesse com a venda de rifas, o leiloeiro saltava para o palco para iniciar a venda de artigos ofertados à festa. Pelas dezassete horas, chegou um autocarro ao largo, transportando o Rancho Folclórico Infantil das Fazendas de Almeirim, que vinham animar com as músicas e danças Ribatejanas os “pequenos e graúdos” que estavam concentrados no arraial popular. Chegou a noite e o conjunto “Top Less” que fez mais uma viagem do outro lado da serra subiu ao palco para iniciar o baile que se prolongou pela madrugada com muita alegria dos foliões da noite.
- Chegou a Segunda-feira quarto dia de festa. Uma vez mais houve “rabugice” com o barulho do foguetório. Pela tarde realizaram-se os Jogos Tradicionais. O bacalhau acabou por não ser recolhido do topo do Pau Ensebado e o galo acabou por cantar mais alto porque não houve perícia por parte dos concorrentes para ganhar o jogo. A lua cheia surgia do lado nascente, era o início da noite. Já o conjunto “Dilectus” tinha os instrumentos preparados para animar o baile ao serão e o locutor Carlos Corveiro “apurava” a voz para apresentar mais tarde a artista de variedades ANA, que seria a atracção das festas. Espectáculo que se prolongou pela noite dentro, continuando depois o baile até ao raiar da madrugada.
- Terça-feira, último dia da festa do ano. Casados e solteiros juntaram-se uma vez mais no campo da Pedrinha para conviverem praticando futebol, enquanto outros mais idosos se concentravam no adro para iniciarem mais uma série de Jogos Tradicionais. Ao fim da tarde, houve teatro - o Grupo Cénico da freguesia subiu ao palco para representar uma peça, que foi do agrado da assistência. Á noite foi o final com a animação musical do agrupamento “Top Less”.
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in "memórias das festas" - A. Anacleto