sábado, 22 de novembro de 2008

Biografias

Durante a tarde, enquanto contempláva mais uma vez a bela cidade Alcobaça, veio-me à memória, uma cantiga de meus tempos de infância – “Alcobaça”.
Sabíamos que, era da autoria do Maestro Belo Marques. Por curiosidade, “naveguei” pela internet, procurando algo sobre a vida deste génio da música portuguesa.
Encontrei muita informação. Aqui, descrevo uma parte da biografia deste homem da cultura portuguesa.
.......................................................................
A. Anacleto

BELO MARQUES

José Belo Marques, conhecido como "o rapaz do violoncelo" pela tertúlia do Café Gelo, que se localizava no Rossio da capital, mas a maioria do público recorda-o mais pela autoria de canções como “Grão de Arroz”, “Alcobaça” ou Feia. Canções que, ironicamente, foram necessárias ao maestro José Belo Marques para sobreviver, já que a sua ambição era a de ser compositor sinfónico...
Nascido na cidade do Lis - Leiria em 1898, considerado "menino-prodígio" por dominar já vários instrumentos aos treze anos, após quatro anos de estudo, Belo Marques não teve uma formação musical convencional. Aos 16 anos já actuava no Casino Mondego, na Figueira da Foz, onde conheceu o seu mentor João Passos, igualmente violoncelista e que o ajudou a escolher aquele instrumento. No ano de 1918 tornou-se músico profissional nos paquetes e viajou até 1929, só nesse ano se fixou em Lisboa onde iniciou estudos mais tradicionais. Entretanto, ia escrevendo obras sinfónicas, mas a dificuldade de sobreviver com estas composições levou-o a aceitar o convite da Emissora Nacional, em 1935, para se integrar nos seus quadros. Dessa primeira estadia na estação de rádio, que durou três anos, ficou célebre a sua orientação do quarteto vocal de Mota Pereira, Paulo Amorim, Guilherme Kjolner e Fernando Pereira.
Em 1938 parte para Moçambique, de onde regressou à Emissora Nacional em 1941, para abraçar definitivamente a canção popular, formando a Orquestra Típica Portuguesa e dirigindo a Orquestra de Variedades (cuja direcção passa a Tavares Belo em 1946) e o Centro de Preparação de Artistas. É, contudo, posterior a toda esta carreira a sua composição mais conhecida, Alcobaça, com letra de Silva Tavares, criada por Maria de Lurdes Resende nos finais dos anos cinquenta e que - como disse em tempos - lhe pagou a casa que construiu em Arruda dos Vinhos. Escreveu igualmente marchas populares e criou música para dezenas de revistas e alguns filmes, tendo assinado cerca de setecentas canções. Retirou-se do olhar público na década de sessenta. Faleceu no ano de 1986.