domingo, 17 de agosto de 2008

Viajando por outros locais...



Imagens: A. Anacleto
---------------------------------------
Hoje fomos à descoberta do concelho do Fundão. Nos diversos locais que visitámos há um que nos deslumbrou. Foi no alto da Gardunha na freguesia de Alcongosta.
Ficámos surpresos e maravilhados com a paisagem e a lonjura da Cova da Beira visto daquele lugar. Deu-nos a sensação de que as serras se queriam “beijar”! Mas o vale longínquo e profundo assim o impede.
Sentimos uma quietude lá no alto. Escutámos o chilrear dos pássaros em liberdade. Quando olhámos a outra serra – a Estrela, recordámos os tormentos que passámos no dia anterior nos píncaros da Torre com as condições climatéricas altamente antagónicas em relação ao dia de hoje. Enquanto hoje o sol brilhou, ontem, foi a melancolia do vento agreste, do denso nevoeiro e da baixa temperatura, que fizeram sofrer os “cavaleiros do asfalto” e os milhares de adeptos, amantes do ciclismo que foram aplaudir os seus ídolos.
Sugerimos uma visita a estes locais maravilhosos, para conhecer as suas belezas paisagísticas e maravilhosa gastronomia.
A. Anacleto
-------------------------------------
Fundão
O Fundão está localizado no sopé da Serra da Gardunha, no planalto da Cova da Beira, a uma altitude de cerca de 500 metros. É sede de um município com 701,65 km² de área e 31 482 habitantes, subdividido em 31 freguesias.
O Município é limitado a norte pelos municípios da Covilhã, Belmonte e Sabugal, a leste por Penamacor e Idanha-a-Nova, a sul por Castelo Branco, a sudoeste por Oleiros e a oeste por Pampilhosa da Serra.
História
Na Idade do Ferro, desde o ano 1000 a.C. até à sua destruição pelos Romanos, houve no topo do Monte de São Brás um Castro lusitano. Este foi substituido por uma vila ou núcleo de edifícios agriculturais no tempo do Império Romano (por baixo da Rua dos Quintãs). Julga-se que a villa foi substituida por uma mansão senhorial fortificada na Alta Idade Média.
O topónimo do local Fundão foi pela primeira vez referido em documento de 1307, e depois 1314 e 1320 referindo 32 casas. Nessa altura ficava aquém em população e influência, a várias aldeias que hoje fazem parte do seu concelho, como a do Souto da Casa.
A história do Fundão enquanto centro urbano preeminente é condicionada desde o início pelos Cristãos-Novos, assim como a dos concelhos vizinhos de Belmonte e da Covilhã. Após a expulsão dos judeus espanhóis (sefarditas) em 1492 pelos Reis Católicos Fernando e Isabela, grande número de refugiados veio a estabelecer-se na Cova da Beira, onde já havia minorias judaicas significativas. Foram estes imigrantes, fundando bairros dos quais o mais importante situava-se em volta da Rua da Cale (Rua do Encontro ou da Sinagoga em Hebraico, que permitiram ao local Fundão assumir as dimensões de uma verdadeira cidade. O influxo de mercadores e artesãos judeus transformaria a cidade num centro importante para o comércio e a industria. Com o estabelecimento da Inquisição, começaram as perseguições aos judeus e cristão-novos, tendo sido numerosas as expropriações, as torturas e as execuções. Ainda hoje são frequentes os nomes dos cristão-novos nos habitantes da região. A cidade perdeu assim nessa altura grande parte do seu dinamismo económico.
Em 1580 os notáveis da cidade deram o seu apoio ao Prior do Crato D. António, contra as pretensões do Rei de Espanha D. Filipe II (Filipe I de Portugal). Nesse ano elevaram unilateralmente eles próprios o Fundão ao estatuto de Vila. O concelho foi fundado em 1747 por ordem de D.Maria I, emancipando-o da Covilhã.
No período do Iluminismo do fim do Século XVIII, o então Primeiro Ministro do reino, o Marquês de Pombal, após equiparar legalmente os cristão-novos aos cristão-velhos, procurou restaurar a preeminência económica da cidade fundando a Real Fábrica de Lanifícios, onde hoje está situada a Câmara Municipal. Nessa altura voltaram a ser exportados em quantidade os tecidos de lã do Fundão. A cidade foi saqueada durante as Invasões Francesas, e voltou a sofrer durante a Guerra Civil entre os Liberais pró-D. Pedro II e os Conservadores pró. Miguel.
O Fundão foi elevado a Cidade em 19 de Abril de 1988.
------------------------------------------------
Freguesia de Alcongosta
Localização Geográfica:
Alcongosta fica situada em plena Serra da Gardunha, envolvido pelos imensos cerejais e as vistosas manchas de castanheiros e pinheiros de vários tipos, dando-lhe um conjunto ímpar de cores.
Alcongosta tem como freguesias limítrofes: Fundão, Donas, Alpedrinha, Castelo Novo, Souto da Casa e Aldeia de Joanes.
História:
A sua instituição paroquial deve ser do século XIII, sob padroado real, de que sempre foi tendo o pároco o título de prior. A existência do território desta freguesia numa região arqueologicamente muito documentada faz supor que o seu povoamento é não apenas anterior à Nacionalidade, mas de épocas provavelmente muito mais recuadas.
Os cumes vizinhos forneciam fácil defesa e abrigo às populações primitivas, mas não é possível afirmar se houve uma persistência contínua de habitantes desde os primeiros tempos. A toponímia também não dá uma grande ajuda, parecendo até que os principais topónimos da freguesia indicam nomes de repovoamento nacional.
Alcongosta é um daqueles interessantes topónimos em que o artigo Arábico a/ aparece aplicado a um nome de origem latina, que vem ter aqui um sentido topográfico, de passagem apertado, entre elevações.
O território de Alcongosta foi certamente repovoado nos fins do século XII, com a Covilhã, em cujo termo se situava; no entanto, não se trata de povoamento efectuado pelo concelho da Covilhã, visto que Alcongosta foi desde logo honra, que não fazia foro à Vila nem à Coroa. Que o foi desde logo, diz nas Inquirições de 1290, ano em que não havia conhecimento e muito menos lembrança de ter existido na localidade estado diferente - o que leva a crer ter ele sido sempre de honra. Houve aqui casais de diversos privilegiados como D. Lourenço Soares, D. Urraca Afonso, João Esteves e a Ordem do Templo. D. Dinis considerou esta honra legitima mandando ficar tudo como estava, e a mesma assim se conservou pois que as Inquirições de 1395, D. João I, demarcando o Reguengo de Alcambar, dão-lhe, por limite, em certa parte, a localidade a Alcongosta que não parece Reguenga.
-------------------------------------
in site C.M. do Fundão