terça-feira, 10 de abril de 2012

Sociedade

MUSP do distrito de Santarém apela a uma forte participação na “tribuna pública”
O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) do distrito de Santarém apelou hoje a uma forte participação na “tribuna pública” que vai realizar no próximo sábado em Santarém, da qual sairá um documento em defesa dos serviços públicos. Manuel José Soares, do secretariado do MUSP Santarém, apelou hoje, em conferência de imprensa, a uma forte mobilização perante o “agravar da degradação” dos serviços públicos, sublinhando que o documento que sairá da “tribuna pública” vai ser entregue no próximo dia 19 na Assembleia da República e na residência oficial do Primeiro-Ministro. Numa fase inicial, a iniciativa, que se insere numa jornada que vai decorrer a nível nacional, foi pensada com o objetivo de se vir a instituir um Dia dos Serviços Públicos, disse. No caso de Santarém, a discussão dará enfase à situação do Serviço Nacional de Saúde, não deixando contudo de ser abordados os “ataques” a outros serviços públicos, que têm resultado numa degradação da qualidade de vida das populações, afirmou. Além das medidas na área da saúde, com redução de serviços e de profissionais e agravamento dos custos para os utentes, “o que significa mais sofrimento para as pessoas”, Manuel José Soares referiu os aumentos nas vias de comunicação, na energia e na água e saneamento. Apontou ainda o encerramento de serviços como escolas, estações dos CTT, postos de saúde e da GNR, que serão agravados com a anunciada reorganização territorial que acabará com as freguesias, “em muitos lugares o único elo de ligação das populações aos serviços públicos”, afirmou. A “tribuna pública” do próximo sábado será promovida pelo MUSP em colaboração com a União dos Sindicatos de Santarém, já que, à eliminação e degradação dos serviços públicos, há que juntar uma crescente “pobreza laboral”. Rui Aldeano, coordenador da USS, frisou que a CGTP vai dar este ano especial destaque à questão do salário mínimo, insistindo no cumprimento do acordo que previa o aumento, este ano, para os 515 euros. Rui Aldeano sublinhou que o salário mínimo atual (485 euros) representa, depois dos descontos, um valor que se encontra abaixo da verba definida como limiar da pobreza (434 euros). “É preciso que as pessoas que se sentem excluídas se juntem”, disse, sublinhando a importância de a indignação ser mostrada publicamente, para que a mudança seja possível. Manuel José Soares frisou a necessidade de existir “bom senso” nas medidas que estão a ser tomadas, sublinhando que o desinvestimento nos serviços públicos, nomeadamente na saúde, “leva ao sofrimento das pessoas”.
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