segunda-feira, 16 de abril de 2012

Autarquias

Câmara de Santarém aprova contas de 2011 com votos contra do PS
As contas de 2011 da Câmara de Santarém foram hoje aprovadas com os votos contra do PS e com o executivo a justificar a dívida de 99 milhões de euros com a inclusão do custo da antiga Escola Prática de Cavalaria (EPC). Os dois vereadores socialistas justificaram o voto contra afirmando que a gestão do executivo liderado por Francisco Moita Flores (PSD) “continua a ser devastadora para o município” e referindo o valor “astronómico” da dívida de 100 milhões de euros, o dobro da que terá sido deixada pelo PS em 2005. Moita Flores reagiu considerando “desonesto” o PS querer “passar o valor dos 100 milhões de euros” de dívida sem referir que a dívida de 2011 reflete os 16 milhões de euros que a autarquia terá que pagar à Estamo pela compra da antiga EPC. “Se a 99 milhões retirarmos 16 milhões dá 83 milhões. É fácil”, disse o autarca, frisando que este valor tem “plasmada toda a dívida”, incluindo a que foi herdada de 30 anos de gestão socialista. Moita Flores reafirmou que a dívida que encontrou quando tomou posse há seis anos não foi de 51 milhões de euros, como afirmam os socialistas, mas sim de 85 milhões de euros, tendo em conta as “numerosas faturas que estavam em caixas de sabão”. António Carmo (PS) contrapôs o aumento da dívida de curto prazo (mais 2,3 milhões de euros em 2011) e da dívida a terceiros, que, num ano, “aumentou mais que os 16 milhões do custo da EPC” (17,2 milhões de euros), criticando ainda a subida de 2,3 milhões de euros em aquisição de bens e serviços. A vereadora com o pelouro financeiro, Catarina Maia, garantiu que as contas de 2011 têm um saldo corrente positivo, sublinhando que há que ter em conta o aumento das taxas de juros e os contratos para os serviços de refeições e transportes escolares, frisando que há nesta área uma “dívida elevada” da administração central. Moita Flores frisou ser essencial saber “como vai ficar a lei dos compromissos” - reafirmando que, a ficar como está, pedirá imediatamente o saneamento financeiro da autarquia – e se, até fins de junho, fica resolvida a questão da dívida a fornecedores no contrato a celebrar com o Ministério das Finanças. Catarina Maia disse à Lusa que a autarquia espera ver os 44 milhões de euros de dívida a curto prazo a fornecedores incluídos no pacote que o Governo vier a aprovar no âmbito do orçamento retificativo para saneamento da dívida das autarquias. Na reunião do executivo camarário de hoje foram ainda aprovadas as contas das empresas municipais STR-URBHIS, CUL.TUR e Scalabisport (que vão ser fundidas este ano numa só) e Águas de Santarém.
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