terça-feira, 3 de abril de 2012

Autarquias

Autarquia do Cartaxo aposta aposta num trabalho de “patamar de equilibrio financeiro”
O presidente da Câmara Municipal do Cartaxo (PS) disse hoje à agência Lusa que, desde que assumiu funções, há quatro meses, tem estado a trabalhar para conseguir um “patamar de equilíbrio financeiro” para o município. Paulo Varanda (que sucedeu a Paulo Caldas) reagia a um comunicado do PSD no qual este partido afirma não ter dúvidas sobre a “inevitabilidade de uma intervenção do Governo” perante “um dos casos mais graves de endividamento” de municípios. “Se resgate, se reequilíbrio, isso depende das conversações de um conjunto de municípios com o Governo e com a Associação Nacional de Municípios, mas isso já não é de hoje”, disse, lamentando que o PSD se deixe enredar em estratégias partidárias “que só prejudicam o concelho”. Paulo Varanda afirmou que o valor da dívida a fornecedores e à banca referido pelo PSD (“pelo menos 52 milhões de euros”) não corresponde à verdade, sublinhando que esse valor (45 milhões) “é público”. Segundo o PSD, com menos de 25.000 habitantes, o município do Cartaxo deve – pelo menos – 52 milhões de euros aos fornecedores e aos bancos, sendo o peso da sua divida total mais de 205 por cento superior ao da receita total “e quase toda essa divida ultrapassa o pagamento em 90 dias”. Paulo Varanda afirmou que também este valor – 252 dias de prazo de pagamento – é público. “O que precisamos é encontrar um modelo, uma solução, que é o que estamos a fazer com o Governo e a Associação de Municípios, e não responder a circunstancialismos partidários que tentam passar mensagens erradas que não servem o concelho”, disse. Questionado sobre o facto de o parque de estacionamento subterrâneo, inserido no “parque central” inaugurado há seis meses na presença do Presidente da República, continuar fechado, Paulo Varanda afirmou que está em negociações com o empreiteiro para o pagamento faseado, uma vez que, tal como aconteceu noutros municípios, o Banco Europeu de Investimento não aprovou a candidatura de financiamento. O parque central custou cerca de 4,5 milhões de euros, comparticipados em 85 por cento pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Paulo Varanda disse à Lusa que o valor em dívida ao empreiteiro ronda os 290 mil euros, esperando um acordo em breve para diferimento dos pagamentos. A situação do parque central foi alvo de um comunicado do Bloco de Esquerda, que pede explicações para o facto de o parque de estacionamento subterrâneo continuar fechado seis meses depois de inaugurado e quatro meses depois de um referendo que atribuiu à autarquia a gestão deste equipamento. O BE afirma ainda que também os bares não abriram, “os jardins estão por tratar, o monumento aos mortos continua amputado e os achados arqueológicos desaparecidos”. Paulo Varanda assegurou que o espaço tem sido usado pela população e atribuiu o encerramento dos espaços comerciais ao facto de estarem a decorrer os processos de concurso para concessão da sua exploração.
---------------------------------------------------------------