quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Conheça o Concelho de Alcanena

Freguesia de Louriceira
Orago: Nossa Senhora da Conceição
População: 611 HabitantesÁrea: 14,2 Km2
Actividade Económica: É uma aldeia de tradição agrícola, alguma Indústria, algum Comércio, Agricultura e Pecuária e, principalmente, o azeite e os figos.
Festas, Feiras e Romarias: Nossa Senhora da Conceição (2.º Domingo de Agosto) e S. Vicente (22 de Janeiro).
Património Cultural e Edificado: Igreja Matriz, que se pensa ter sido edificada no século XII (1151), sendo assim umas das mais antigas da região; solar de Alviela; Arcada do Vale; Olhos de Água e Moinhos de Azenha.
Gastronomia: Cachola e Migas à Tia Maria.
Artesanato: Tapetes tipo Arraiolos, bordados e pinturas em tela.
Colectividades: Centro Recreativo e Desportivo Louriceirense e Associação de Caçadores da Louriceira.
Histórico:
A Louriceira é uma estreita, mas comprida, faixa do território situada ao longo do Rio Alviela, desde os limites de Malhou e Vaqueiros até ao maciço de Porto de Mós, onde se localiza o lugar de Carvalheiro, com os seus cem habitantes, e é uma das mais pequenas freguesias do Concelho de Alcanena.
Situam-se na Louriceira os famosos Olhos de Água, onde nasce o Rio Alviela. Nesta nascente, durante mais de cem anos, foi captada água para o abastecimento de grande parte da cidade de Lisboa, sendo a água transportada através de uma conduta que começou a ser construída a 28 de Dezembro de 1871 e foi concluída quase nove anos depois, a 3 de Outubro de 1880. Durante a década em que decorreram os trabalhos de construção desta conduta, a Louriceira conheceu um grande desenvolvimento comercial, devido à presença de grande quantidade de trabalhadores, necessários à realização de tão grandiosa obra. Os vários aquedutos existentes na freguesia, verdadeiras obras de arte e que constituem um interessante património arquitectónico e de arqueologia industrial, de que se salienta a Arcada do Vale, são os ex-líbris da freguesia da Louriceira, aldeia muito antiga, cujas origens remontam à Idade do Bronze ou talvez a período anterior.
Os seus primeiros habitantes terão sobrevivido da pastorícia, da pesca e da extracção de areias do Rio Alviela para abastecer uma fundição de bronze localizada no Cabeço das Figueirinhas (Quinta da Galambra), onde o investigador Vítor Gonçalves fez, há cerca de vinte anos, uma prospecção arqueológica de resultados ainda desconhecidos.
A origem do topónimo é o termo latino Latium – Lauritu, que significa terra dos loureiros.
A data da fundação da freguesia perde-se na bruma dos tempos, mas a sua Igreja Matriz terá sido edificada no século XII (1151), o que prova ser terra antiga. Do seu passado, infelizmente, pouco se sabe, atribuindo-se frequentemente à fuga dos jesuítas, que terão levado consigo o espólio da freguesia, o que justifica essa falta de documentação. Este saque terá sido completado em 1811, aquando da presença das tropas francesas na localidade.
Esta ausência de documentos históricos é suprida, em parte, pelas lendas que se contam na Louriceira sobre os factos do seu passado. Assim, conta-se que Luís Camões aqui terá nascido, na Quinta de Alviela, ou de que aqui houve uma feira anual que se realizava no dia 8 de Dezembro, dia da padroeira da Louriceira Nossa Senhora da Conceição, que, curiosamente, se realiza em Pernes... Ao concelho de Pernes pertenceu a Louriceira até à sua extinção, por decreto de 24 de Outubro de 1855, passando então para o de Santarém até à criação, em 8 de Maio de 1914, do concelho de Alcanena.